Carla Diaz sempre fez personagens extrovertidas, falantes e vaidosas na tevê. Basta lembrar da serelepe Khadija, de “O Clone”, que volta a balançar os quadris em coreografias bem ensaiadas de dança do ventre na trama que está sendo reprisada pela Globo. Por isso, Carla acha que está na contramão ao compor e interpretar uma personagem absolutamente diferente em “Rebelde”, seu primeiro trabalho na Record. Na adaptação da trama mexicana, a atriz vive a órfã Márcia, que se dedica unicamente aos estudos e aos amigos que fez na escola frequentada basicamente por riquinhos. Sem condições financeiras de ter uma casa, a personagem recebe uma misteriosa ajuda de um desconhecido que paga sua mensalidade. Durante a semana, no entanto, vive como “nerd” em um regime de internato no colégio e, como não tem onde morar, passa o fim de semana na casa dos amigos. “Ela tem uma carga dramática muito grande, é bem fechada. Por não ter família, roda por todos os núcleos e é um dos papéis mais importantes da história”, disse a atriz.
No entanto, a personagem é bem diferente das outras alunas. Enquanto as demais circulam pelos cenários com saias curtíssimas, Márcia só aparece com os joelhos cobertos por longas saias ou calças. “Todas valorizam o corpo, a beleza e a riqueza e ela se preocupa com as amizades e os afetos”, afirmou a atriz, com sua habitual simpatia. É justamente na meiguice que Carla e sua personagem começaram a se entrelaçar numa composição que a atriz já pratica há anos. Na pele da órfã, Carla valoriza os momentos em que visita asilos e orfanatos para ajudar crianças e idosos carentes, principalmente em datas comemorativas, como Natal e Dia das Crianças. “Há 10 anos faço visitas a essas entidades. Tenho esse laboratório pessoal que serve para a personagem”, disse a atriz, que preferiu não assistir à produção original para não ser influenciada pela primeira versão da personagem.
Com uma surpreendente maturidade para 20 anos de idade, a atriz paulistana chega a se assustar quando fala sobre os 18 anos de carreira, que completa esse ano e que está comemorando ao produzir sua primeira peça, o infantil “Um Chorinho Para Dona Baratinha”, onde contracena com Thiago Oliveira.
Ainda na infância, depois de estrear no teatro, no ano seguinte Carla foi para a tevê aos quatro anos de idade, como a pequena Eliana, de “Éramos Seis”, do SBT. Mas sua produção mais marcante nesse início foi a novela argentina “Chiquititas”, onde viveu a animada Maria. Já na Globo, a atriz atuou em “Laços de Família”, “O Clone”, “A Casa das Sete Mulheres” e “Sete Pecados” até assinar com a Record em 2009. “Estou tranquila na emissora, sou reconhecida e valorizada em uma novela jovem, que tem muito do meu perfil”, disse Carla, que comemora estar no ar simultaneamente em duas emissoras com a reprise de “O Clone”. “Esse foi o papel de maior destaque na minha vida. As pessoas estão enlouquecidas com a volta da Khadija”, afirmou a atriz, que assume que ainda cultiva velhos hábitos aprendidos com a personagem da história de Glória Perez. “Faço dança do ventre até hoje!”, disse, aos risos.
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